Promotor que cancelou o pagamento de auxílio-moradia aos deputados estaduais diz
que proposta da Assembleia Legislativa é 'retaliação' contra o MP. Disso eu também não tenho a menor dúvida.
Mal comemoraram a derrubada da Proposta de
Emenda à Constituição 37 (PEC 37) - que pretendia tirar do
Ministério Público a autorização para investigar crimes –, os promotores de São
Paulo já travam outra guerra, agora contra a Assembleia Legislativa de São
Paulo. Um grupo de deputados articula a aprovação de outra PEC, a de número
01/2013, que tenta proibir a promotoria de investigar denúncias de corrupção
contra prefeitos, secretários, vereadores e deputados estaduais.
“Até as manifestações começarem, 90%
dos deputados aprovavam a PEC 01”, afirmou o autor da proposta, o deputado
petebista Campos Machado. Ele reclama até do aliado PSDB, que “em duas semanas”
deixou de apoiar o projeto para liderar o movimento que tenta engavetá-lo. “A
proposta quer resguardar a honra de políticos contra abuso de promotores sem
responsabilidade alguma. Eles denigrem a imagem de prefeitos e deputados e
depois não sabem como restituí-la.”
O deputado tucano e procurador
licenciado Fernando Capez negou que o PSDB tenha apoiado a PEC. "O
partido nunca fechou questão favorável porque apenas dois ou três deputados
apoiavam a proposta. O projeto é inconstitucional e eu mesmo alertei a bancada
sobre isso. Em 1993, o Supremo Tribunal Federal já havia vetado dispositivo idêntico
que constava na Lei Orgânica do Ministério Público, em 1993.”
Coautor de dois processos que tiraram
de cada deputado o equivalente a R$ 47 mil por ano, o promotor Saad Mazloum
descreve a PEC 01 como uma “retaliação” ao Ministério Público. No dia 22 de
junho do ano passado, a Justiça deu parecer favorável a uma ação de Mazloum e
do colega Silvio Antonio Marques que cancelava o benefício anual de R$
20.042,37 do chamado
auxílio-paletó, utilizado sob a justificativa de compensar despesas
com transporte e comparecimento a sessões ordinárias e extraordinárias.
A dupla de promotores voltou incomodar
oito meses depois, no dia 1° de fevereiro deste ano, quando conseguiu derrubar
o pagamento do auxílio-moradia:
R$ 2.250 mensais aos 94 deputados da Alesp, (Assembléia Legislativa de São Paulo) incluindo aqueles com residência
própria na capital. No dia 13 de maio a decisão foi confirmada.
“O deputado Campos Machado [PTB]
apresentou a PEC cinco dias depois, no dia 6 de fevereiro”, diz Mazloum. “Eu
encaro como uma retaliação ao Ministério Público, assim como aconteceu com a
PEC 37, porque os deputados federais nos ameaçavam com a aprovação da proposta.
Eles mudaram de lado por causa das manifestações.”
O deputado chamou a opinião do
promotor de “leviana” ao defender a PEC. “Olha o que fizeram contra o Gabriel
Chalita?”, acusado de receber R$ 50 milhões de empresários quando era
secretário estadual de Educação. “Os promotores os destruíram moral e
politicamente.”
De acordo com o deputado, “o
Ministério Público é uma instituição que quer se transformar em Poder”. “O que
estou propondo não tem nada a ver com a PEC 37. Ela não tira poderes, mas o
entrega ao mais experiente deles, o procurador-geral de Justiça”, Márcio
Fernando Elias Rosa.
Mazloum explica que em cada comarca
um promotor fica responsável por investigar danos ao patrimônio público. Em
razão de suas proporções, a capital paulista reúne 10 deles. “O promotor é
escolhido por meio de um sorteio eletrônico para assumir a investigação de
alguma denúncia.” Se a PEC 37 emplacar, essa prerrogativa será exclusiva do
procurador-geral de Justiça, que já se manifestou contrário à ideia.
“É humanamente impossível que uma
pessoa investigue tanta gente. Só prefeitos são 644”, contabiliza Mazloum. “Os
deputados querem inviabilizar as investigações para ficarem impunes. Eles sabem
que crime por improbidade prescreve em cinco anos após o mandato, um tempo
muito curto.”
Ao contrário dos promotores, que não
podem ser destituídos de seus cargos, a Alesp pode derrubar o procurador-geral,
homem indicado pelo governador. “Ele pode ser convocado pela Assembleia e
sofrer pressão, ao contrário de nós. Só com independência é possível
investigar.”
A bancada tucana tentou derrubar a proposta em votação na noite de
quarta-feira (26), mas Machado conseguiu impedir que isso acontecesse. Agora
ele tenta garantir que o texto seja avaliado apenas no dia 14 de agosto. “Vou
fazer uma campanha de esclarecimento à população. Não há problema se eu perder
porque vou cumprir com minha parte sem medo.”
Fonte IG
É tanta safadeza desses políticos que nem sei...espero fielmente que o povo não desista de sua luta e que mude muitas coisas e esses abusos parem.
ResponderExcluirSr Araujo,
ResponderExcluirEntendo que:
A "PEC Estadual da Impunidade" propõe que só o Procurador-Geral de Justiça possa investigar os prefeitos paulistas, deputados e secretários estaduais, conselheiros dos Tribunais de Contas, dentre outras autoridades, excluindo essa atribuição dos Promotores de Justiça.
Caso aprovada essa PEC irá gerar pressão e acúmulo, pois torna-se impossível que apenas uma só pessoa, o Procurador-Geral de Justiça (que já possui diversas outras atribuições), possa investigar e processar mais de 600 prefeitos municipais de todo o estado de São Paulo, deputados, secretários estaduais e demais autoridades e agentes públicos.
As investigações serão difíceis e demoradas, as provas se perderão com o tempo, e o resultado final será a ocorrência de prescrição dos atos ilícitos e de improbidade administrativa. Ou seja: IMPUNIDADE!
Os Promotores de Justiça sempre atuaram com independência e eficiência, investigando e processando Prefeitos, Deputados e Secretários de Estado, se e quando responsáveis por violações e danos ao erário, ao meio ambiente, ao consumidor, e a outros interesses coletivos, ou seja, interesses valiosos para toda a sociedade.
Enfim, A PEC 01/2013, quer mesmo garantir o DIREITO A IMPUNIDADE.
Vergonha maior que o mau caráter do Sr. Renan Calheiros usar um AVIÃO DA FAB PARA IR AO CASAMENTO DA FILHA DE UM AMIGO!?!?????
Era só isso que faltava para os brasileiros engolir!!!!
Sonia Sidney