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06 junho 2012

>Idoso,deixe-me aprender



No dia e hora marcados cheguei ao local. Logo na entrada havia uma linda mesa de café da manhã aguardando os participantes. Havia também uma pessoa - que mais tarde descobri - se chamava Natália - ela segurava em suas mãos uma lista com o nome de cada participante. Quando chegou minha vez ela perguntou meu nome, descobri que não constava ali.

O primeiro impacto foi quando a mesma perguntou se eu realmente havia feito a inscrição naquele curso, confirmei que sim.  Aí eu quis saber o motivo de não constar no rol dos escolhidos. Deve ser devido à idade do senhor. Disse. Percebi mais uma vez a discriminação do idoso. Nessa hora senti o peso da idade, não na mente, mas o passar dos anos mesmo.

(No Brasil existe hoje mais de 21 milhões de pessoas idosas, isto é, com 60 anos ou mais, infelizmente, não cheguei ainda, mas falta pouco) “superando a população idosa de vários países europeus, como a França, a Inglaterra e a Itália, segundo a Síntese de Indicadores Sociais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”. A senhora da foto acima com seus 104 anos de vida é a testemunha viva da situação em que vive o idoso no Brasil. Por mais que se diga ao contrário, infelizmente, a idade no País por si só já é um obstáculo a partir dos quarenta anos, imagina então acima dos sessenta!

Confesso que já estava ficando nervoso com aquela situação vexaminosa, preferia que tivesse ocorrido logo na primeira oportunidade - ou seja, no dia da inscrição. Se tivesse me informado que, devido à idade, não seria possível participar do curso em questão pode até ser que eu me conformaria. Mas naquele momento eu não aceitava mais. Sentindo meu nervosismo um dos diretores da oficina disse que aquilo não levaria a nada. A senhora da foto acima tem 105 anos de idade, a mesma conheceu minha ainda moça nova. Teve a oportunidade de velha crescer, casar ter filhos e também a viu morrer, hoje é um poço de sabedoria para os mais jovens que ainda tem a oportunidade de sentar com a mesma e ouvi-la.

Outro que na verdade era um dos professores, (Willian), propôs que eu ficasse participando do curso como ouvinte; ou seja, um zero a esquerda. Fui pra sala de aula como um se aquilo fosse um grande sonho que naquele momento estava sendo frustrado e transformando em um grande pesadelo.

Mas a vontade de aprender foi maior do que aquela situação. Sujeitei-me as condições 'impostas, em seguida fomos para uma sala onde iniciou as apresentações do grupo por nome, profissão e idade. Quando chegou a minha vez tive que justificar aos presentes o motivo do constrangimento e enfatizei bem minha idade com muito orgulho. O curso ocorreu em três sábados e domingos das 09h00min as 18h00min horas.

Valeu a pena, aprendi técnicas de áudio e vídeo que até aquele momento, algumas, eram desconhecidas para mim. Aprendi, também, como manejar e tirar o melhor proveito dos equipamentos. Enfim, foi muito bom o primeiro dia. Ao final precisávamos ter uma ideia de um vídeo com abordando um determinado tema. As equipes foram montadas e durante a semana a era o momento de cada um abraçar sua responsabilidade para que o projeto do vídeo fosse levado adiante.

Precisávamos de cenários e locações, corri atrás dos meus contatos, e confesso que fui feliz nas minhas escolhas, e todas minhas propostas apresentadas não ficou apenas nas palavras, foram cumpridas graças à colaboração de pessoas que conheci. Minha equipe ficou assim composta: Araujo, Diana, Leandro, Matheus e Rafael. Houve divergências? Sim, mas foram superadas e no final vibramos com o resultado.

Por coincidência, o vídeo rolou no Lar dos Velhinhos de Campinas, onde tivemos a equipe de produção teve uma excelente acolhida na pessoa do Senhor Osvaldo A. Colombo JR. Lá mesmo surgiu a nossa principal "estrela" do vídeo, dona Wilma, que foi brilhante em sua interpretação. No final todos os alunos receberam o certificado de conclusão do curso.

Quero agradecer a Kinoforum na pessoa do senhor Jorge e toda a equipe que percebendo minha vontade de participar do referido curso respeitaram minha decisão e permitiram que eu terminasse o mesmo com direito ao certificado de conclusão como outros participantes na faixa de 17 anos de idade.

Quando chegou o momento de colocar as opiniões foi o momento ideal para os agradecimentos e os desabafos. Pude mostrar que mesmo com uma idade um pouco mais avançada é possível ser útil e mostrar que os jovens têm muito a aprender conosco, desde que estejamos dispostos, não só a ensinar, mas também a aprender. Pois o tempo nos ensina que a vida é um eterno aprendizado.


(a)J Araújo
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15 novembro 2007

>Como estão sendo tratados nossos idosos

Os idosos merecem respeito e atenção. As pessoas idosas por mais que se tenha feito ainda a muito que fazer por elas. Muitas vezes são maltratadas, dentro do próprio ambiente onde moram, até pelos próprios familiares. Precisamos cuidar melhor dos nossos velhos. São pessoas que batalharam muito na vida sem as facilidades existentes hoje criando seus filhos, netos e às vezes bisnetos, para ajudar esse país em seu desenvolvimento. Hoje existem centenas de idosos esquecidos nas ruas das grandes cidades ou até mesmo em casas ditas de repousos que, na verdade, existem como meio de exploração, onde muitos vivem sem o mínimo de conforto.

Estou tocando no assunto porque conheci uma senhora de cento e três anos de idade, ainda muito lúcida. Bem cuidada pela família o que deveria ser a regra geral. Fiz questão de abraça-la. Naquele momento fiquei imaginando quantas histórias essa velha guerreira tem para contar. E contou algumas delas. Dona Leonilda disse que em seu tempo não existia máquinas de lavar não, nem tanques, nada disso. Morava na roça e ia juntamente com várias amigas e vizinhas lavar a roupa no rio, em água corrente e batia as roupas nas pedras. E admirava a facilidade existente hoje e mesmo assim as mulheres reclamam. Disse a sabia senhora.

Comecei desejando a ela saúde que apesar da idade avançada não está das piores. Claro, toma seus medicamentos para controle da pressão arterial, mas nada de se alarmar. Tem pessoas bem mais jovens que tomam mais remédios do que aquela senhora. O pior de tudo isso é que a dona Leonilda adora fumar o seu cachimbo de fumo de corda, não fica sem ele de jeito nenhum. Disse. Como explicar?

Vi naquela mulher o rosto da minha mãe já falecida – não que minha mãe fumasse. cachimbo menos ainda - pela minha mente passou um filme em questão de segundos. Que bom “ter” aquela senhora contando um pouco da sua história de vida depois de mais de um século de existência. Contou-me que em sua época ia lavar roupa no rio e na hora de esfregar usava sabugo de milho para tirar a sujeira mais pesada. Enquanto nos dias de hoje tudo é facilitado através das modernas lavadoras de roupas. E diz “ela: - “mesmo assim as mulheres de hoje ainda” reclamam” até comida pronta elas compram. Não quer ter nenhum trabalho. É isso ai dona Leonilda!

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