27 outubro 2009

>A onda da corrupção

Quem vê a onda do mar se quebrando na praia não pensa na força do seu refluxo, no vento que se encapela, nas correntes submarinas e, por fim, na força gravitacional da Lua que provoca as marés. É apenas uma onda e nada mais; quando pequena boa para as crianças e idosos; quando alta, faz a festa dos surfistas ou provoca uma tragédia marítima.

Troque a onda por corrupção, e o que se percebia? Apenas o barulho que a corrupção provocava quando noticiada nos jornais. Eram assim até que o dia em que o petismo ganhou nas urnas, de forma limpa e democrática, e segundo as regras do jogo, o direito de governar o país. Até então, corruptos e corrompidos tratavam de enriquecer seus bolsos com negociatas e sobrevivendo dos restos que sobravam dessa ou daquela verba pública, propositadamente ou por incompetência de gestores públicos, mal fiscalizados.

Quando o petismo chegou ao poder, as mesmas forças que provocavam a corrupção de então, negociatas e falta de fiscalização, ganharam ainda mais musculatura, agora por outras razoes morais e ideológicas. Razoes estas porque o PT sempre se achou o dono da ética e o único capaz de levar justiça social aos desvalidos – daí explicar que o caixa dois que financiou o mensalão era dinheiro não contabilizado, coisa que todos os partidos faziam segundo o seu maior líder e agora presidente, que, na ocasião, me fez lembrar de uma surrada pratica petista quando pego em contradição: nossos dirigentes são pobres, mas o partido preciso de uma sólida base financeira para melhor ajudar os pobres da nação a combater a elite dominante e malvada como ela só.

Assim a enorme onda de corrupção que varre o país, desde o inicio do governo Lula revela que uma nova força impulsiona e esta não tem nada a ver com os esforços investigativos federais, mas, sim, com a luta titânica entre corruptos da velha e nova ordem política. É essa, em suma, a grande mudança que o governo lulo-petista conseguiu realizar seguindo a cartilha de ocupar todos os postos estratégicos das instituições públicas para dificultar a vida de opositores e, é claro, dar emprego e o conforto de um bom salário a seus dirigentes petistas. E vai na onda quem quer.
Zeza Amaral

24 outubro 2009

>Deu a louca nas fábulas infantis

Se as fábulas infantis de outrora fossem escritas hoje em dia, tudo seria diferente, o Lobo Mau estaria mal, muito mal, combalido na cama da vovozinha, que teria saído de casa para passar trotes em algum telefone público (se na cidade de Canoas isso acontece, porque não poderia ocorrer em fábulas?). O lobo teria sido vítima dos três porquinhos, que lhe contaminaram com a gripe suína. Nesta história ao invés dele ter soprado neles, foram eles que assoaram o nariz perto dele.
Os porquinhos por sinal, não seriam apenas três, mas sim, milhares, que atirariam lixo pelas janelas dos carros, ou em terrenos baldios, ou ainda despejando detritos industriais em rios, sem preocupação nenhuma com reciclagem ou meio ambiente, e teriam a alcunha de sociedade. Se não bastasse a gripe, o lobo ainda seria acusado de atentado violento ao pudor e canibalismo contra uma tal Chapeuzinho Vermelho, uma das lideres do comando vermelho, e conhecida no bosque encantado como a maior traficante de "docinhos" alucinógenos da região.

No caso de João e o pé de feijão, seria João que passaria o conto do vigário nas negociações, trocando vacas loucas por sacas de feijão, que ficariam armazenados em gigantescos silos subsidiados pelo governo, que ainda pagaria a João para guardá-los, mantendo assim o preço de mercado. João também aprontaria das dele com sua irmã Maria, existindo inclusive boatos de que juntos eles teriam saqueado uma pobre velhinha, vandalizando sua casa e ainda chamando a coitada de bruxa. Tudo isso em decorrência do vício de ambos por "docinhos", onde faziam de tudo para consegui-los. Seriam considerados como dois exemplos de jovens perdidos no bosque encantado. A Cinderela da atualidade passaria o rodo na casa da madrasta, deixando-a sem nada, e fugiria com um tal de príncipe, marginal conhecido, que não engolia sapos de ninguém. Já a Branca de neve ganharia este apelido em decorrência do pó que forneceria aos seus convidados em suas festinhas privativas para políticos entre outras personalidades influentes, utilizando anões nas suas operações, que em áureos tempos também já foram conhecidos como anões do orçamento, em terras brasilis.
Nos dias de hoje Pinóquio não seria literalmente um cara de pau, mas ainda assim seria um baita mentiroso, provavelmente entraria na política, mas ao invés de crescer o nariz, o que cresceria absurdamente seria sua conta bancária.


Estamos vivendo em um mundo onde os contos de fadas foram trocados pelos games, os príncipes e princesas por uma tentadora carreira (entenda-se isso em todos os sentidos) e a infância cada vez mais vem deixando de acontecer em meio a uma antiga bolha de fantasias, onde era a cegonha que trazia os ovos de páscoa e Papai Noel era pregado na cruz. As novas fontes de utopia são uma mescla entre o real e o digital. Um mundo em que pequenos e inquietos "pré-adultos" se formam antes mesmo de serem adolescentes.
Enfim, um mundo onde muitos adultos sentem-se tão obsoletos quanto seus saudosos contos de fadas de antigamente, sem conseguirem assimilar o que estas mudanças causarão as futuras gerações, que já há um bom tempo vem atropelando estas recordações com uma carruagem envenenada de abóboras transgênicas.
(Autor: Antonio Brás Constante)

21 outubro 2009

>Quero ver quem paga...

Plantação de maconha/ Imagens web
Você, viciado em drogas, "vitima da sociedade", como se sente diante das atrocidades cometidas pelos seus fornecedores, sábado, no Rio de Janeiro? Sábado e todos os dias da semana. Você, inocente útil, que embarca nessa armadilha de interesseiros em legalizar as drogas, defender a legalização das drogas, a legalização da morte ou a legalização do enriquecimento desses.

Se o receptador de produtos roubados é criminoso, você não acha que o comprador de drogas ditas ilícitas também é? Se o político corrupto é bandido, quem se deixa corromper também não é? Você acha justo o povo trabalhar para sustentar as doenças provocadas pelo seu "prazer"? Ou para sustentar na prisão os poucos traficantes que estão lá, depois de fazer milhares de "vitimas da sociedade".

Como você se sente na fila da morte, sentença decretada por aquele que lhe vende a desgraça em doses diárias de "prazer"? Ou você é daqueles que diz que faz o que quer com seu corpo e ninguém tem nada com isso? E os que são vitimas da violência que você provoca, matando e roubando até seus parentes, para sustentá-lo nessa fila macabra e enriquecer aquele que vive de matar?

Veja, aqui, o tamanho do mercado que você ajuda a financiar enquanto financia, também, o crime organizado. E não ganha nada com isso: você e todos os que vivem à sua volta, com a desgraça que você espalha, só perdem. A ONU deve calcular por baixo, mas o preço médio do grama de maconha no varejo é de R$ 0,72; o de cocaína, R$28,80 e crack; R$ 14,40. A margem sobre o atacado é de 100% para a maconha, 300% para a cocaína e 200% para o crack. O faturamento bruto de todas as bocas-de-fumo de uma cidade de um milhão de habitantes é de R$ 64 milhões, por ano.

Mas os pesquisadores ressalvam que a tendência à subdeclaraçao de consumo de drogas é metade do real, o total da venda de drogas é de no mínimo R$ 120 milhões, numa cidade de um milhão de habitantes. Você ficou com quanto? Agora veja o que a repórter Fernanda Nogueira escreveu domingo, sobre uma "vitima da sociedade": Marcelo tinha 13 anos e morava com a mãe, o padrasto e três irmãos, em Campinas-SP, quando resolveu que não queria mais depender de ninguém’.

A família tinha casa, carro e até uma chácara. Os ganhos da família permitiam que Marcelo só estudasse. "Mas ele, coitadinho, queria ter carro, roupas de grife..." Virou traficante e está preso numa Fundação Casa. Como a lei é mole, essa vida dura acabará logo. Quem faz a lei? Ele não queria depender de ninguém, só do dinheiro dos viciados, para levar a vida que está roubando de você.

Colaboração: Moacir Castro

16 outubro 2009

>Como nasceu este blog, eu conto!

web
Você deve estar perguntando: O que significa uma cegonha se o assunto é o blog? O óbvio.
Sei que pode ser cansativo para o leitor, mas lembrei que essa humilde página está fazendo dois anos de vida e claro, achei que precisava contar sua história de nascimento.

E sabe como ele (blog) nasceu? Eu tinha, ou melhor anda tenho, no portal Uol, o Blog do Jota que me dava uma dor de cabeça danada. Quando tentava escrever um texto, tinha à minha disposição 12.500 caracteres, o que na verdade, você que está lendo, a de convir comigo, é uma miséria isso livre de qualquer imagem. Várias vezes publiquei post em partes ou capítulos, como queira. Aquilo irritava.

No trabalho, eu tenho uma chefa, sim, uma mulher, muito competente e brincalhona, ninguém consegue dizer não. Ela tinha uma frase na ponta da língua: "que dureza...". De tanto ouvir isso, quando ia postar alguma coisa no dito cujo, vinha em minha mente a danada da frase. Comecei a reclamar com o provedor. Em três dias entraram em contato comigo e começaram a liberar dezenove mil e quinhentos caracteres.

Ainda achava, e acho, pouco, na cabeça martelava a frase: que dureza...um dia, recebi um e-mail de um amigo virtual, que também tinha um blog no mesmo provedor dizendo que estava migrando para o blogger e me convidou para escrevermos a quatro mãos. Acabei não aceitando até por desconhecimento. Quando o visitei-o no novo endereço acabei descobrindo que poderia ter o meu também, sem muita burocracia, alem de tudo de graça. Não pensei duas vezes e lá fui eu. Você deve estar perguntando:

Lembrei-me das palavras da "chefe'; e assim nascia Notas & Notícias. Nas ferias de 2008, nascia o caçula dos blogs. Viajei para minha terra natal, ao retornar nascia mais um: O Serra de Minas, um blog que se propõe a mostrar as belezas naturais de uma das mais belas regiões do estado, (Zona da Mata Mineira), suas crenças e curiosidades. Isso não quer dizer que coisas de outros estados ou mesmo países não seja mostrado lá.

Esta é a história deste blog. Quero agradecer cada leitor que por ventura passar por aqui e tiver a paciência de ler Quero dizer que é uma grande honra sua visita, se puder, deixe seu comentário. Obrigado a todos!!

12 outubro 2009

>SUS

Imagens/J. AraújoNeste ano o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 20 anos de existência no Brasil. Um marco histórico na sociedade brasileira na conquista de um sistema universal e gratuito de atendimento a saúde, que integra as três esferas de governo e institui processos e espaços de controle social. Pensar o SUS em suas conquistas e desafios é uma iniciativa estratégica para continuarmos a contribuir na garantia da saúde como direito social e como política pública, neste contexto e cenário histórico. A ideia de um serviço público e único de saúde é formidável, mas embora virtualmente presente em todos os municípios do país, a maior parte da população fica na exceção de um bom atendimento medico e o SUS não consegue atender com eficiência essa população de exceção. O sistema passa por várias dificuldades e com o passar do tempo está sucateado. A demanda é além da capacidade de atendimento e, muitas vezes, os gestores públicos gerenciam mal os recursos disponibilizados.
Ciente disso, em 19/09/09, para marcar a data, vários seguimentos da saúde em Campinas-SP, disponibilizou diversas informações para população através de cartazes em defesa de um serviço de qualidade. O evento ocorreu na praça atrás da Catedral metropolitana. Houve coleta de assinatura para encaminhar para o Governo Federal. Somente assim, com o engajamento de toda a sociedade podemos pedir mudanças.

10 outubro 2009

>Por dentro do cofre do MST

VEJA teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações internacionais acabam financiando atividades criminosas do movimento
Veja também:
Quadro: Cofre aberto
Mais: José Rainha, o rei dos pelegos

Assertivos do ponto de vista ideológico, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra são evasivos quan-do perguntados de onde vêm os recursos que sustentam as invasões de fazendas e manifestações que o MST promove em todo o Brasil. Em geral, respondem que o dinheiro é proveniente de doações de simpatizantes, da colaboração voluntária dos camponeses e da ajuda de organismos humanitários. Mentira. O cofre da organização começa a ser aberto e, dentro dele, já foram encontradas as primeiras provas concretas daquilo de que sempre se desconfiou e que sempre foi negado: o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente nos cofres públicos e junto a entidades internacionais. Em outras palavras, ao ocupar um ministério, invadir uma fazenda, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam imiscuir-se em assuntos do país.

VEJA teve acesso às informações bancárias de quatro organizações não governamentais (ONGs) apontadas como as principais caixas-fortes do MST. A análise dos dados financeiros da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), da Confederação das Coo-perativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), do Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e do Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) revela que o MST montou, controla e tem a seu dispor uma gigantesca e intrincada rede de abastecimento e distribuição de recursos, públicos e privados, que transitam por dezenas de ONGs espalhadas pelo Brasil:
As quatro entidades-cofre receberam 20 milhões de reais em doações do exterior entre 2003 e 2007. A contabilização desses recursos não foi devidamente informada à Receita Federal.
As quatro entidades-cofre repassaram uma parte considerável do dinheiro a empresas de transporte, gráficas e editoras vinculadas a partidos políticos e ao MST. Há coincidências entre as datas de transferência do dinheiro ao Brasil e as campanhas eleitorais de 2004 e 2006.
As quatro entidades-cofre receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo federal de 2003 a 2007. Existe uma grande concentração de gastos às vésperas de manifestações estridentes do MST.
As quatro entidades-cofre promovem uma recorrente interação financeira com associações e cooperativas de trabalhadores cujos dirigentes são ligados ao MST.
As quatro entidades-cofre registram movimentações ban-cárias estranhas, com vul-tosos saques na boca do caixa, indício de tentativa de ocultar desvios de dinheiro.
Entre 2003 e 2008, segundo levantamentos oficiais, cerca de trinta entidades de trabalhadores rurais receberam do governo federal o equivalente a 145 milhões de reais. O dinheiro é repassado em forma de convênios, normalmente para cursos de treinamento. O Tribunal de Contas da União já identificou irregularidades em vários desses cursos. São desvios como cadastros de pessoas que não participaram de aula alguma e despesas que não existiram justificadas com notas frias. A Anca, por exemplo, teve os bens bloqueados pela Justiça após a constatação de que uma parte dos recursos de um convênio milionário assinado com o Ministério da Educação, para alfabetizar jovens, foi parar nos cofres do MST. Teoricamente, a Anca, a Concrab, o Cepatec e o Itac são organizações independentes, sem nenhum vínculo oficial entre si ou com o MST. Mas só teoricamente. A quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das entidades-cofre mostra que elas fazem parte de um mesmo corpo, são uma coisa só, bem organizada e estruturada para dificultar o rastreamento do dinheiro que recebem e administram sem controle legal algum.
Imagem: Ricardo Stuckert/PR
TORNEIRA ABERTA: Milhões de reais do governo Lula serenaram durante seis anos a fúria do MST

Eis um exemplo da teia que precisa ser vencida para tentar entender como os recursos deixam o cofre da entidade e viajam por caminhos indiretos ao MST. Uma das beneficiárias de repasses da Anca é a gráfica Expressão Popular. Seus sócios são todos ligados ao MST, como Suzana Angélica Paim Figueiredo, advogada do escritório do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, que atua em causas de interesse do MST. Suzana faz parte da banca que defende o terrorista italiano Cesare Battisti, preso no Brasil. A advogada ainda é presidente de uma segunda editora, a Brasil de Fato, que também recebe recursos da Anca, também presta serviços ao MST e tem como conselheiro ninguém menos que João Pedro Stedile, líder-mor do MST, um dos principais defensores da não extradição de Battisti. Anca, Brasil de Fato e MST, embora sem vínculos aparentes, funcionavam no mesmo conjunto de salas em São Paulo. Procurada, a advogada Suzana não quis esclarecer que tipo de serviço as gráficas prestaram à Anca. Indagadas, o máximo que as três entidades admitem é que existe uma parceria entre elas. Essa parceria, ao que tudo indica, serve inclusive para ocultar as atividades do departamento financeiro do movimento sem-terra.

Além de funcionarem nos mesmos endereços, como é o caso da Itac e da Concrab, e de dividirem os mesmos assessores e telefones, como a Anca e a gráfica, as entidades curiosamente recorrem aos mesmos contadores e advogados – eles também, ressalte-se, integrantes de cooperativas ligadas ao MST. A análise dos dados sigilosos revela que Ilton Vieira Flores, o contador da Anca, o cofre principal do MST, é um dos responsáveis pelo Cepatec, outra fonte de arrecadação de dinheiro do movimento. O contador também é diretor da Cooperbio – um excelente exemplo, aliás, de como as ONGs ligadas ao MST se entranharam no governo. A cooperativa, que tem como função intermediar recursos para associações de trabalhadores rurais que se dedicam à fabricação de matéria-prima para a produção de biocombustíveis, assinou convênios milionários com a Petrobras. O presidente da Cooperbio, Romário Rossetto, é primo do presidente da Petrobras Biocombustível, o petista Miguel Rossetto, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, uma das principais fontes de recursos da Anca, do Cepatec, da Concrab e do Itac.
Fotos: Valter Campanato/ABR e Antônio Cruz/ABR

TORNEIRA FECHADAO: ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário (no alto, à esq.), cortou verbas para convênios. Resultado: o MST, comandado por Marina dos Santos, ameaça retaliar

Há muito que desvendar a respeito do verdadeiro uso pelo MST do dinheiro público e das verbas provenientes do exterior. A Anca, por exemplo, é investigada desde 2005 por suas ligações com o movimento. A quebra do sigilo mostra que funcionários da entidade realizaram saques milionários em dinheiro em datas que coincidem com manifestações promovidas pelo MST e também com períodos eleitorais. Outra coincidência: tabulando os gastos das entidades, resta evidente que parte expressiva dos recursos é destinada a pessoas físicas ou jurídicas vinculadas ao MST. Há também transferências bancárias suspeitíssimas. Em agosto de 2007, 153 000 reais do Cepatec foram parar na conta de Márcia Carvalho Sales, uma vendedora de cosméticos residente na periferia de Brasília. "Não sei do que se trata, não sei o que é Cepatec e não movimento a conta no banco há mais de três anos", diz a comerciária. O Cepatec também não quis se pronunciar.

Para fugir a responsabilidades legais, o MST, embora seja onipresente, não existe juridicamente. Não tem cadastro na Receita Federal, e, portanto, não pode receber verbas oficiais. "Por isso, eles usam essas entidades como fachada", diz o senador Alvaro Dias, do PSDB do Paraná, que presidiu a CPI da Terra há quatro anos e, apesar de quebrar o sigilo das ONGs suspeitas, nunca conseguiu ter acesso aos dados bancários. Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades. Uma parcela grande dos convênios com as entidades ligadas ao MST destina-se, no papel, à qualificação de mão de obra. Mas é quase impossível averiguar se esse é mesmo o fim da dinheirama. "Hoje o MST só sobrevive para parasitar o estado e conseguir meios para se sustentar", diz o historiador Marco Antonio Villa.

O MST sempre utilizou o enfrentamento como peça de marketing do movimento. No governo passado, os sem-terra chegaram a organizar uma marcha que reuniu 100 000 pessoas em um protesto em Brasília, além de invadirem a fazenda do presidente da República com direito a transmissão televisiva. No governo Lula, a relação começou tensa, mas foi se acalmando à medida que aumentavam os repasses de dinheiro e pessoas ligadas ao movimento eram nomeadas para chefiar os escritórios regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O MST passou, então, a concentrar os ataques à iniciativa privada, especialmente ao agronegócio. Os escritórios do Incra se tornaram suporte para ações contra produtores rurais, muitos deles personagens influentes na base aliada do governo. Além disso, os assentamentos contribuíram para aumentar a taxa de desmatamento e as ONGs ligadas à reforma agrária se tornaram um ralo pelo qual o dinheiro público é desviado. Esse estado de coisas levou à instalação de uma CPI no Senado e, ato contínuo, a um recuo do Planalto nos afagos aos sem-terra. A pretexto da crise econômica mundial, o governo cortou mais de 40% da verba prevista para os programas de reforma agrária. Cedendo à pressão de ruralistas, tirou das mãos do MST o comando de escritórios estratégicos do Incra, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, e colocou no lugar pessoas indicadas por ruralistas. Por fim, o golpe mais dolorido: fechou a milionária torneira dos convênios.

As ONGs ligadas ao MST chegaram a receber quase 40 milhões de reais em um único ano. No início do governo Lula, em 2003, esses repasses não alcançavam 15 milhões de reais. No ano seguinte, cresceram substancialmente, ultrapassando os 23 milhões de reais. Em 2005, o valor aumentou novamente, atingindo 38 milhões de reais. No segundo mandato, as denúncias de irregularidades envolvendo entidades ligadas aos sem-terra ganharam força. E o dinheiro federal para elas foi minguando. Em 2007, ano de abertura da CPI, os repasses às ONGs ficaram em 28 milhões de reais. No ano passado, as entidades receberam 13 milhões. E, nos oito primeiros meses deste ano, os cofres das ONGs do MST acolheram menos de 7 milhões de reais em convênios com o governo federal. Como reação, a trégua com o governo também minguou. No início de agosto, 3 000 militantes invadiram a sede do Ministério da Fazenda. A ação em Brasília foi comandada pela nova coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos, vinculada a setores mais radicais do movimento. No protesto, o MST exigiu o assentamento imediato de famílias que estão acampadas. Nos bastidores, negocia a retomada dos repasses para as ONGs e a recuperação do comando das unidades do Incra. Em conversas reservadas, existem até ameaças de criar problemas para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios.

Com reportagem de Otávio Cabral

07 outubro 2009

>Mania de leitura

Atendendo o tema do mês de Outubro, do Blog Vou de Coletivo

Cada um tem sua mania, não sou diferente, e tenho as minhas. A leitura é um habito saudável. Ler um bom livro é tudo de bom. Infelizmente, o Brasil, ou melhor, o brasileiro não é campeão de leitura. Somos campeões em acidentes de transito, campeões na produção de café, campeões de futebol; mas não somos campeões em leitura de livros.

Também, os livros não estão acessíveis a todos que gostaria de ler. São caros. Mas vamos ao que interessa, tenho mania de quando estou lendo ouvir musica, acho que a leitura flui melhor. Outra mania não me importa se necessário for voltar um pouco, até dois parágrafos ou mais pra entender melhor.

Leio jornal todos os dias, se me faltar o dia não está completo. Falta alguma coisa. Sou tão vidrado em leitura que sou capaz de catar até papeis velhos, desde que tenha algo escrito. Lembro que essa mania de leitura já vem desde quando não sabia nem ler direito lá em minha terra natal. Pegava aqueles jornais velhos, principalmente, o Globo. Na época em que varias coisas eram embrulhadas em jornal. Isso é outra história. Como se vê cada louco com sua mania.
Este texto faz parte da blogagem coletiva de outubro do Vou de Coletivo!Hábitos de leitura: quais são as suas manias na hora de ler?

04 outubro 2009

>É proibido fumar

O cigarro, todos nós sabemos ser uma droga lícita, nem por isso deixa de ser uma droga. Claro, já teve seus dias de glória, tanto o produto em si como seus consumidores. É causador de várias doenças além do câncer – quem fuma tem mais chances de desenvolver várias outras doenças . Antes, fumar era chique , hoje é careta. As propagandas agressivas com paisagens paradisíacas com belas mulheres deram lugar a fotos estarrecedoras nos maços. Algumas sugere que seu uso causa a impotência sexual e outros tantos malefícios.

Quando centenas de milhares de pessoas em todo mundo estavam afundadas no vício e as doenças pipocando, governantes de vários países resolveram restringir ao maximo a veiculação de anúncios de cigarros. Os fabricantes começaram a ser questionados na justiça para ressarcir danos causados à saúde de centenas de pessoas. Poucas ganharam a causa. Lembram da propaganda do cigarro MALBORO? Segundo consta seu protagonista o Cowboy morreu de câncer nos pulmões. (Este aí abaixo na foto). Wayne McLaren e Daniel McLean, os mais afamados garotos-propaganda Marlboro, protagonistas de um estilo de vida que nos remete ao estereótipo do oeste americano e seus valores difundidos por Hollywood, são algumas das caras, as mais conhecidas, do cowboy criado por Leo Burnett, em 1954, personagem de uma das maiores e mais bem-sucedidas campanhas da história da propaganda mundial. Quase quatro décadas no ar com a mesma temática, transformando, como bem observara David Ogilvy, "uma obscura marca no cigarro mais vendido no mundo". A escolha do vaqueiro como protagonista de campanha de uma marca de cigarros - numa época em que o Oeste americano era produto cultural massificado pelo cinema e pela então nascente televisão - foi um achado da agência.

A rápida difusão dessa indústria cultural "american of way" favoreceria os planos de internacionalização da Philip Morris, introduzindo o "Mundo de Marlboro" e seus apelos lúdicos em culturas tão reticentes a influências externas, como China, Coréia e Japão, e também em países africanos de forte ascendência muçulmana. Dois homens que apareceram na propaganda da Marlboro, no famoso papel do "Marlboro Man", chamados Wayne McLaren e David McLean, morreram de câncer no pulmão, fazendo, assim, com que os cigarros da Marlboro, mais especificamente o Marlboro Reds, recebessem o apelido de "Cowboy killers", em português, "Assassinos de Cowboys".


McLaren afirmou ser a favor da legislação contra o cigarro antes de sua morte, aos 51 anos de idade. Durante o tempo em que McLaren esteve contra o cigarro, Philip Morris afirmou que McLaren apenas aparecia no comercial da Marlboro para que não mudasse, pois, de fato, ele não era o "Marlboro Man". McLean foi vitimado aos 73 anos.Ao longo dos últimos anos começaram a diminuir o espaço dos fumantes. Começaram de início a ser separados dos demais; existiam nas empresas, restaurantes e lanchonetes áreas restritas aos viciados, até que o governador de São Paulo Jose Serra (PSDB) resolveu acabar de vez com todo espaço existe e promulga a lei nº 13.541, que proíbe o cigarro acesso em todo ambiente fechado. Não é o fumante que é punido, mas sim o estabelecimento infrator é multado em R$ 792,50 e R$ 1.585, podendo ser fechado provisoriamente. Outros Estados brasileiros estão seguindo o exemplo de São Paulo; é o caso do Rio de Janeiro que está em um período de orientação. Minas Gerais e Amazonas também cogitam criar leis no mesmo sentido.

A tendência é a maioria dos estados proibirem o consumo de cigarros em ambientes fechados. A verdade é, o fumante hoje é discriminado e caçado em todos os lugares. As empresas já estão preferindo contratar pessoas não fumantes para seus quadros de funcionários. Como se vêem o cerco se fecha cada vez mais aos que tem o habito de fumar.

N. A. (Felizmente, hoje sou um ex-fumante, não tenho mais o hábito)

03 outubro 2009

>Semana do Idoso

Estamos na semana do idoso. No dia 1º de outubro comemorou-se o "Dia Nacional do Idoso". Se olharmos bem até que a categoria tem muito a comemorar. A expectativa de vida tem aumentado sensivelmente nas ultimas décadas. Os tempos mudaram muito, tanto é que já não se fala mais em velhos, mas sim na melhor idade. Hoje o idoso dispõe de vários programas voltados exclusivamente pra eles. Mas também é uma classe que às vezes falta o devido respeito. É só olharmos nos estacionamentos onde existem vagas exclusivas para os mesmos; na maioria das vezes são ocupadas por pessoas que não tem o perfil para usá-las.

O mercado está de olho nesse nicho, existe muito para ser explorado por vários seguimentos do comercio de produtos e serviços. Mesmo com todos os ganhos, ainda é uma pequena parcela de idosos aposentados que se pode dar ao luxo de viajar aproveitando tudo que a vida pode lhe oferecer. A maioria mesmo após a aposentadoria continua trabalhando para se manter com um pouco, mas de dignidade. O salário que ganha não é suficiente. Outros com menos sorte, ainda, são abandonados pelos parentes, indo muitas vezes parar em abrigos sem o mínimo de condições de sobrevivência. Eles, por mais simples que sejam são verdadeiros poços de sabedoria. Aos nossos velhos, o meu respeito e admiração

02 outubro 2009

>Brasil em dose dupla

Image/web

O Brasil, além da Copa do Mundo de 2014, vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016, pra ser mais exato, a cidade do Rio de Janeiro, que até lá precisa melhorar muito em vários setores, e a segurança é um dos principais itens. Precisa começar a trabalhar desde já para mostrar para o mundo que é possível sim, ser chamada de “Cidade Maravilhosa” com suas lindas praias ser capaz de ser segura para os moradores, turistas nacionais e internacionais andar sem a preocupação em ser atingidos por balas perdidas. Por um lado tudo isso é muito bom para melhor a auto-estima do povo brasileiro, é uma euforia coletiva. Afinal de contas, o Brasil é o país do futebol e ganhar o direito de sediar os jogos olímpicos concorrendo com vários países com uma estrutura, muitas delas já quase terminadas é realmente uma grande vitória fora das quadras. Um exemplo é Madri, na Espanha que dos investimentos necessários em infraestrutura a maioria já está pronta.

Em 2016, nos jogos olímpicos esperamos que o país possa mostrar um pouco mais de garra e conquistar mais medalhas. O país, com certeza, desde já vai criar vários empregos diretos e indiretos A preocupação é que; com um evento desse porte vai haver com certeza muito investimento de dinheiro público. Aí mora o perigo dos superfaturamentos. Na verdade, a Copa do Mundo será um aquecimento para os jogos olímpicos. Esperamos que tudo isso possa ser revertido em beneficio do povo carioca depois de encerrada temporada.

01 outubro 2009

>Em compasso de espera

O País no momento está em compasso de espera. Nenhum fato relevante que tem merecido destaque permanente na mídia. Segundo pesquisas, a crise que tirou o sono de tanta gente já não assusta tanto. A gripe 'A' também já não assusta como no início, onde ninguém podia espirrar que já era um potencial portador do vírus H1N1, causador de várias mortes ao redor do mundo. Agora, já não está assustando tanto como no início de sua aparição.

A tendência é a gripe se tornar tão comum como qualquer outra que ataca de ano em ano. Como não está na mídia o povo esquece. Na área política a oposição tentou de todas as formas derrubar o Presidente do Senado José Sarney, mas não conseguiu, o homem é "duro na queda" apesar de todas as acusações que pesava contra ele mesmo assim ressistiu bravamente. Mais uma vez os gritos tímidos do povo não foi ouvido, faltou força.

No momento tudo parece calmo demais, acho isso perigoso. Tem uma teoria que aprendi em meu tempo de policial que era o seguinte: "Fique alerta quando os presos de uma determinada penitenciária ou cadeia não estiver fazendo nenhuma algazarra; é sinal de que alguma coisa maior esteja sendo tramada".

O assunto que começa a aparecer timidamente, ainda, é a descoberta de petróleo no Pre-Sal, um pertróleo de difícil extração que o Presidente Lula diz que é a salvação do Brasil. Há mais de dois anos disseram que éramos auto-suficiente na produção de petróleo, no entanto, temos um dos combustíveis mais caro do mundo. Melhor não ficarmos acreditando em palavras ditas no calor das pre-campanhas eleitorais. No final de tudo isso o petróleo será explorado e vai continuar a ser vendido caro enquanto o sal, esse com certeza, vai sobrar para o povão.

Postagem em destaque

>Os vândalos e as mentiras dos nossos políticos

Uma folheada no jornal  de hoje fiquei indignado com algumas noticias. Uma delas dava conta do ataque de vândalos a dez ônibus do transp...