01 agosto 2008

> Desvendando o CQC

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Atualmente um dos programas mais divertidos da TV brasileira tratando assuntos sérios e de interesse público com um humor escrachado – copiado claro, – como aqui no Brasil pouco se cria mas tudo se copia, também, tomei a liberdade de transcrever a entrevista feita pela equipe de repórteres abaixo indicada.
LIFESTILE
Por Vanessa Lima, André Sender e Samanta Lobo
Fomos in loco e entrevistamos os caras que fazem do programa CQC um sucesso, reinventando a forma de fazer jornalismo Eles estão à frente do programa de televisão mais falado nos últimos tempos, Rafinha Bastos, Marcelo Tas e Marco Luque direcionam semanalmente, mais precisamente segunda feira à noite o CQC

(Custe O Que Custar), na Band. Com um jornalismo reinventado misturando ficção e realidade, os âncoras pegaram a fórmula do CQC argentino, que existe há mais de dez anos e boom, explodiram por aqui. Na última segunda, eu (Vanessa Lima), André Sender e Samanta Lobo desembarcamos em frente à TV Bandeirantes e seguimos rumo ao camarim das estrelas que vêm batendo recordes de audiência na emissora, com média de 6 e picos de 8 pontos. Descontraídos, irreverentes, inteligentes, batemos um papo engraçadíssimo com Tas e Marco, no momento, Rafinha Bastos ainda não havia chegado por lá. Ops; pegamos o Rafinha Bastos depois, dá só uma olhada!
"Eu tinha a ilusão que a censura havia acabado"
ONNE: Como começou a reunião do CQC, quais foram os critérios de seleção dos integrantes?Marcelo Tas: Foi um processo longo. Começou em novembro do ano passado, a Elisabetta Zenatti, diretora artística da Band e Diego Barreto, diretor do programa, começaram a ficar de olho nos talentos que estavam por aí, e procuraram jornalistas desse ambiente de stand up. Começou-se a fazer testes, pilotos, gravar com os meninos. Foi devagarzinho, levou tempo, foi algo muito criterioso. Eu entrei em janeiro, já tinha metade da equipe pronta. ONNE: O CQC é uma forma de jornalismo reinventado. Você acha que o jornalismo de hoje tradicional, aquele de grande audiência, deve ser reinventado? Tas: Eu acho que tudo deve ser reinventado hoje. Estamos vivendo uma transformação muito radical. O consumidor, telespectador, todos hoje não têm mais tempo para perder com bobagem, por conta de todas as oportunidades de acesso a informação que temos, se você não se reinventar você não se comunica mais com essa nova geração. O jornalismo, como é a arte que conta as histórias que estão acontecendo, se não se reinventar não vai conseguir falar com essa moçada. "Tenho Orkut agora, mas não dou conta de responder todos os scraps!"
ONNE: As novas mídias são aliadas ou inimigas? Marco Luque: Aliadas total. Com elas nós atingimos um grande número de pessoas. Aqueles que não conseguiram assistir ao programa na segunda podem ir ao youtube no dia seguinte e nos ver da mesma maneira. ONNE: O seu sucesso nasceu do youtube praticamente. Já pensaram em fazer alguma coisa exclusiva para internet? Marco: Eu trabalho com a Terça Insana. Nós fazemos algumas historinhas exclusivas para internet lá. Mas computador e uma coisa muito nova para mim, eu não sou um cara que passa horas na frente da tela como o Tas e o Rafinha, sou um juvenil da internet. Tenho Orkut agora, mas não dou conta de responder todos os scraps! Mas o Rafinha trouxe uma câmera um dia e nós fizemos uma zoeira aí, acho que ele já, já coloca na rede. É legal porque é uma linguagem nova né?! E o fluxo de gente que nos assiste pela internet é gigantesco, e gostamos muito deles. Tas: ele usa a internet é para arrumar namorada. Marco: é nós estamos começando a fazer isso, e as namoradas estão aparecendo!"O Brasil é o único país do mundo que está tentando abolir a internet"
ONNE: Você imaginava que do Olhar Eletrônico (produtora de vídeo criada no início dos anos 80) sairiam tantos nomes importantes para o Brasil, como você e o Fernando Meirelles? Tas: Eu imaginava. Porque quando você se une com pessoas e compartilha de verdade de um sonho, as coisas rolam. E sempre tivemos a idéia clara de fazer coisas que durassem e atingissem muita gente. Hoje tem muita gente da geração da Olhar fazendo acontecer por aí. ONNE: Teremos as eleições agora. A internet pode beneficiar muito os eleitores com mais informações e tal, mas não teremos muita propagação. O que você acha disso? Tas: É pura burrice, ignorância da lei eleitoral. O Brasil é o único país do mundo que está tentando abolir a internet. Nem na antiga URSS eu acho que alguém teve uma idéia tão estúpida como esta. Nos EUA, o Obama, a Hillary e esses caras todos não só usaram a internet para democratizar a discussão, como para conseguir dinheiro. É super democrática e lucrativa essa maneira. A gente, como é burro e só copia os que os americanos têm de pior, está censurando a internet. ONNE: Marco, você jogava futebol antes. Qual era sua posição? Marco: Eu era centroavante. Joguei um ano no Santo André, depois me profissionalizei e fui para a Espanha. Lá joguei no Numancia, na época da segunda divisão.Tas: Os times subiram depois que ele saiu! Marco: eu já tinha feito teatro, humor sempre esteve comigo. Tas: humor dentro de campo também né?! Marco: Eu sempre me dei muito bem com esporte, e isso aconteceu e encarei a oportunidade. Faria tudo de novo, mas não seguiria carreira profissional. Minhas pernas ficavam doloridíssimas, eu ia pro banheiro e ficava com as pernas para cima na banheira durante horas, depois só queria dormir. Acho que não deu certo também porque eu não sou, digamos assim, um excepcional jogador de futebol (risos, do Tas). ONNE: De onde você tira as inspirações para o Jackson Five (personagem de rádio que imita um motoboy de SP)? Marco: A Mara Carvalho, com quem morei junto durante algum tempo tinha essa idéia de criar um motoboy, aí começou a surgir. Eu sempre gostei muito de caracterização, então bolei o negócio dos dentes separados e tal. E como eu tenho moto, eu convivo com esses problemas dessa megalópole! ONNE: E os motoboys, como eles te tratam? Marco: Eles não sabem quem eu sou né?! Eu não ando fantasiado por aí (risos), mas nunca aconteceu nada ruim. Os motoboys gostam muito, porque eu defendo um pouco o lado deles né. É meio pentelhice dos motoristas também que querem ferrar com os motoboys só porque eles estão andando no trânsito parado. "Eu viajo, e quando eu esqueço o carregador de celular então, é uma maravilha"
ONNE: Como você vê essa nova geração que está vindo aí, o jovem jornalista, o jovem midiático? Tas: Vejo com muito ânimo, porque é uma turma mais exigente, que não assiste só uma rede de televisão, enfim, gente que sabe escolher como gastar seu tempo, ao contrário do que muita gente diz. Tem quem pense que é um pessoal alienado, e eu acho justamente ao contrário. É gente que não quer perder tempo com coisas que zombem da inteligência deles. ONNE: O que você faz para se desligar do trabalho? Você consegue? Tas: Eu não só consigo como é necessário. Tenho 3 filhos, e eles me obrigam a isso. Tenho uma cachorra muito inteligente a Espiga, que é incrível, tem horas que ela parece que fala “agora chega” e eu tenho que sair com ela. Eu também viajo, e quando eu esqueço o carregador de celular então, é uma maravilha. Quem fica o tempo inteiro ligado acaba não sendo eficiente. Marco: eu jogo bola, corro. Adoro esportes.
“Pior do que ser o Maluf é gostar do Maluf”
ONNE: O que você acha dos malufistas? Tas: Isso é uma coisa que me deixa muito aliviado, porque durante muitos anos as pessoas acreditavam que se podia mudar o mundo mudando os políticos. E não é assim, você muda o mundo mudando as pessoas, porque elas que votam nos políticos. Eu até diminui a minha indignação com a figura do Maluf. Hoje eu tenho até uma simpatia por ele porque, dos males, o menor. Pior do que ser o Maluf é gostar do Maluf. Hoje, como nós temos novos pilantras da era digital, o Maluf é quase um recruta zero no meio dessa turma. O que ele foi acusado é muito pouco comparado com Daniel Dantas, Sarney e outros. O Maluf é quase que um escoteiro, coitado, perto desse pessoal. ONNE: O que falta para tirar o Ernesto Varela do armário? Tas: O Ernesto Varela já saiu do armário e ele freqüenta o CQC. Ele é um mascote do CQC, um espírito de porco que ronda a cabeça do Marco Luque. Marco: É verdade! ONNE: O que nunca perguntaram e que vocês gostariam de responder? Tas: A próxima pergunta! Marco: Não sei, que pergunta louca! Talvez de quantos meses eu nasci. Eu nasci de oito meses. Não, na realidade não é essa. Não sei cara, ficarei pensando nisso, talvez eu responda no meio do programa! Rafinha Bastos chegou no camarim atrasado se trocou e seguiu para a reunião de pauta antes do programa, no dia seguinte, ligamos e batemos um papo com ele, confira! "É engraçado demais fazer! Até porque eu nunca assisti ao programa!"
ONNE: Você trabalhou muito com teatro, comédia e publicidade antes do CQC. Como esse backround todo influenciou sua maneira de fazer jornalismo? Rafinha Bastos: Eu sou jornalista de formação, e o teatro e o humor serviram para fazer uma nova forma de jornalismo, mais solto, que eu acho que deu muito certo para o público brasileiro. ONNE: Qual a diferença entre o humor americano e o humor brasileiro?Rafinha: Chico Anysio sempre disse que só existe um tipo de humor, o humor engraçado! O resto não é humor. Mas o humor americano é bastante baseado na observação, na sátira cotidiana. Nós também estamos fazendo isso, mas não acho que há diferenças de humor e, sim, o humor que tem mesmo graça e o que não tem. ONNE: É tão engraçado fazer o CQC quanto assistir? Rafinha: É engraçado demais fazer! Até porque eu nunca assisti ao programa! ONNE: Vocês fazem quadros de denúncias e acrescentam sátira. Isso dá muito certo com a audiência. Por que você acha que a denúncia humorística funciona no Brasil? Rafinha: Eu acho que existia o jornalismo e o humor. Uma vez que eles se uniram, criou-se um formato tão novo que foi natural agradar e fazer sucesso. O público pode ter o melhor dos dois gêneros unidos em um só.

"O basquete? Olha, o problema é que esses novos técnicos aí, Oscar e o resto, colocaram na cabeça dos jogadores que o importante é fazer ponto, e não jogar de verdade. Diga que eu falei isso mesmo!"
ONNE: Você jogou basquete enquanto morava nos EUA. O que acha que aconteceu com a seleção masculina brasileira, que caiu nos pré-olímpicos e não vai para Pequim? ONNE: E o que você costuma fazer para se desligar do trabalho? Rafinha: Ultimamente eu durmo, muito e quando dá! ONNE: Qual o som que está rolando no seu carro essa semana? Rafinha: Olha, em São Paulo não dá para rolar som nenhum, porque se você tiver som eles te roubam! Aí o que eu mais ouço mesmo é buzina, ambulante, e essas outras coisas maravilhosas.

8 comentários:

  1. Não conheço porque vejo um quase nada de televisão. Mas atiçou a minha curiosidade. Vou conferir.

    Beijos,

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  2. Nunca vi este programa,mas pareceu-me bom. Um abraço e boa semana!

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  3. Deus do céu!
    Também vou conferir.
    Um grande abraço

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  4. Bons conteúdos no seu blog. Está de parabéns.

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  5. Nossa eu fico indignada com a facilidade de ser comediante até mesmo na hora de 'falar sério' aioehaioehaioehoi ÓTIMOS personagens humorísticos :D adoro CQC ;)

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  6. eu amo o CQC, e amei a reportagem q vcs fizeram, ficou mto bom. o melhor são as respostas dos meninos ele são mto bons. Ha o blog tá cada vez melhor.
    bjs AMO VCS S2

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  7. mto bom o post,

    acho que esse ilustre programa vai acabar...

    http://dehtudo.blogspot.com/2009/09/o-cqc-esta-no-fim.html

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