A Serra do Brigadeiro é um dos últimos redutos da Mata Atlântica em Minas Gerais e, talvez, o mais importante. Em reunião de pesquisadores que avaliou o estado atual da biodiversidade em Minas, o parque foi considerado uma "zona azul", isto é, sua preservação deve ter prioridade máxima. A importância da Serra do Brigadeiro se explica pela riqueza de sua fauna e flora: ocorrem ali diversas espécies endêmicas (que existem apenas naquela região) e ameaçadas de extinção.
A Serra do Brigadeiro ergue-se na Zona da Mata mineira, no sudeste do estado, a 330 km de Belo Horizonte, O parque cobre uma área de 13.210 ha, definida por lei de 1995. Toda essa superfície ultrapassa os 1.000 m de altitude. Seu ponto culminante, o Pico do Soares, atinge 1.980 m, o ponto mais visitado pelos turistas é o Pico do Boné que atinge 1.870 m.
"A Serra do Brigadeiro é um dos poucos fragmentos contínuos da Mata Atlântica em Minas", estima-se que 40% de sua área sejam de vegetação primitiva.
Esse índice, que pode ser considerado alto, se explica pela densidade da cobertura florestal da serra e por suas características topográficas: relevo acidentado e ocorrência de grotões e vales abruptos. A dificuldade de acesso à região teria mantido a serra do brigadeiro ao abrigo da devastação humana. Contribuiu também para isso o clima da serra tropical de altitude que, úmido durante todo o ano, previne queimadas. O clima é responsável pela neblina recorrente que cobre área e pelas temperaturas inferiores a 0ºC verificadas durante o inverno.
A impenetrabilidade da mata pode justificar que ocorram ali animais já extintos em outras regiões. O principal deles é o muriqui ou monocarvoeiro (Brachyteles arachnoides), o maior primata das Américas e um dos símbolos da luta pela conservação da biodiversidade na Mata Atlântica. Dois diferentes grupos de muriquis já foram identificados no parque. Estima-se que o parque abrigue cerca de 60 indivíduos. No passado, esse número pode ter chegado à casa das centenas. Ainda assim, pesquisadores acreditam que se trata de uma das maiores populações emergentes desse primata em Minas Gerais.
A ocorrência de monocarvoeiros na Serra do Brigadeiro foi constatada em 1987 e, desde então, os esforços dos pesquisadores têm se voltado para a sua preservação. No entanto, outras espécies não tiveram a mesma sorte: "As antas e onças-pintadas, por exemplo, chegaram perto da extinsao por volta de 1950". Além dos monos, o barbado, o sauá, o caititu, o veado-mateiro, o tucano-de-peito-amarelo, o gavião-pega-macaco e certas espécies de beija-flor são alguns dos animais raros ou ameaçados de extinção existentes no parque.
(Fonte: Ciência Hoje)
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